Mãe sorridente com vestido laranja interage carinhosamente com seu bebê deitado em uma superfície acolchoada, em um ambiente iluminado e acolhedor.

Direitos das Mães Solo: Apoio Legal Para Criar Filhos com Segurança e Dignidade

Ser mãe solo no Brasil é um desafio diário que vai além da criação dos filhos. Envolve também a luta por reconhecimento, estabilidade financeira e acesso aos direitos previstos em lei. Este artigo apresenta os principais direitos das mães solo, oferecendo um guia prático para garantir uma criação mais segura e digna para os filhos.

O que significa ser mãe solo?

Mãe solo é aquela que assume sozinha a responsabilidade pela criação dos filhos, sem o apoio constante do outro genitor. Isso pode ocorrer por abandono, falecimento, decisão pessoal ou ausência de vínculo com o pai da criança. Independentemente do motivo, o ordenamento jurídico brasileiro prevê proteção especial para essas mulheres e seus filhos.

1. Direito à pensão alimentícia

Um dos principais direitos das mães solo é o recebimento da pensão alimentícia. O valor deve cobrir:

  • Alimentação

  • Educação

  • Saúde

  • Vestuário

  • Lazer

Mesmo que o pai da criança esteja ausente ou desempregado, ele ainda tem o dever legal de contribuir com os custos da criação do filho. O pedido pode ser feito na Vara de Família com apoio da Defensoria Pública.

2. Registro civil e dupla maternidade/paternidade

Em casos de abandono paterno, a mãe solo pode registrar o filho apenas em seu nome. No entanto, é possível solicitar investigação de paternidade judicialmente para garantir a inclusão do nome do pai e o consequente direito à pensão.

Já em situações de casais homoafetivos ou coparentalidade, o nome de dois responsáveis pode constar no registro civil, garantindo proteção igualitária.

3. Prioridade em programas sociais e habitacionais

Mães solo em situação de vulnerabilidade social têm prioridade em programas habitacionais (como o Minha Casa Minha Vida) e benefícios sociais como:

  • Bolsa Família/Auxílio Brasil

  • Benefício de Prestação Continuada (BPC), quando há criança com deficiência

  • Tarifa social de energia elétrica

4. Direito à licença-maternidade

Mesmo trabalhando como MEI ou autônoma, a mãe solo pode ter acesso ao salário-maternidade via INSS, desde que esteja contribuindo como segurada. Para empregadas com carteira assinada, o direito é de 120 dias de licença remunerada.

Além disso, mães solo servidoras públicas federais podem, em algumas situações, acumular a licença de ambos os genitores, totalizando até 180 dias.

5. Guarda unilateral e poder familiar

Na ausência do outro genitor, a mãe solo tem o pleno exercício da guarda e do poder familiar. Isso permite decisões autônomas sobre:

  • Educação

  • Saúde

  • Mudança de cidade ou país

  • Viagens com a criança

Caso o pai retorne e deseje participar, poderá entrar com ação judicial, mas a preferência legal será pela manutenção do ambiente estável já estabelecido pela mãe.

6. Direito à rede de apoio jurídico e psicológico

Mães solo têm acesso gratuito à Defensoria Pública para garantir seus direitos legais, inclusive para ações de pensão, guarda e divórcio. Muitas cidades também oferecem serviços de assistência social e apoio psicológico gratuito por meio dos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).

7. Direitos trabalhistas e flexibilização da jornada

Empresas com mais de 30 funcionárias devem oferecer creche ou auxílio-creche. A mãe solo também pode pedir flexibilização de horário ou trabalho remoto quando possível, especialmente nos primeiros anos da criança, com base na proteção da maternidade.

Os direitos das mães solo existem para garantir que essas mulheres não fiquem desamparadas diante da ausência do outro genitor. Buscar informação e exigir o cumprimento da lei é essencial para proporcionar aos filhos uma infância segura, saudável e digna.

Se você é mãe solo ou conhece alguém nessa situação, compartilhe este artigo e ajude a divulgar os direitos garantidos por lei. O apoio começa pela informação.